21
Fev
2022

O luto com a pandemia da Covid-19

Uma das vivências mais dolorosas resultantes da pandemia por COVID 19 é a que se refere ao luto. Em uma definição, o amor e a perda são as raízes do luto e suas consequências. 

No luto considerado saudável, não vivemos o abandono total da pessoa que amamos mas buscamos entender as formas, por vezes complexas, de manter esse vínculo, mesmo após a perda.  Não é uma doença e sim a reação natural a uma perda. E um processo de luto transcorre bem quando conseguimos lidar, dar sentido à perda. 

É um trabalho individual.  Cada pessoa apresenta uma reação e não há jeito certo ou errado de vivenciar o luto. Cada um vive o luto de uma forma singular e também não há um tempo determinado para superar a perda. Pode durar meses ou anos. Mas o primeiro ano, o primeiro “tudo”, é o mais difícil e vivencia-se episódios agudos de dor emocional, um traço marcante do luto.

Choque, choro, insônia, perda de peso, irritabilidade, dificuldade de atenção e concentração, profundo desânimo e dor emocional, sentimentos de raiva e culpa, são alguns dos sintomas do luto. 

A rede de apoio deve ficar atenta para sinais que podem indicar um luto complicado, como aumento ou desenvolvimento de depressão e transtorno de ansiedade, diminuição da resposta imunológica, piora da saúde física em geral e aumento no consumo de álcool.

Os ritos ajudam a elaborar o luto pois reúnem partes fragmentadas experiência de perda e com isso contribui para diminuir as angústias e incertezas, oferecendo aos envolvidos sentido e de direção.

Com a pandemia, ao mesmo tempo que o número de mortes aumentou, os rituais de despedida foram impedidos e modificados, em razão das medidas sanitárias, impactando, significativamente, a realização das etapas que levam ao processo de aceitação.

Demonstrar empatia, proporcionar a escuta ativa e ajudar a identificar e acolher os sentimentos, são medidas importantes para enfrentar o processo de luto.

O luto nos faz rever o que valorizamos. É um choque com a realidade e com a nossa percepção de finitude. Pensar na morte, nos faz pensar sobre a vida e refletir.

Campanha Janeiro Branco!