2
Fev
2022

Gestão de pessoas: a importância da empatia para a saúde mental nas organizações

A gestão de pessoas é quase um tema vocacional. Certa vez ouvi um chefe dizer, que para exercer essa atribuição “é preciso gostar de gente”. À época me pareceu óbvio.

Mas muitos eventos externos, sendo o mais recente a pandemia por COVID-19, estão provocando mudanças profundas nas pessoas, o que requer mudanças igualmente profundas na atuação dos líderes. Será imprescindível entender as necessidades de cada pessoa para uma forma de gestão que contemple essas mudanças.

Neste contexto, a empatia é fator fundamental: “saber colocar-se no lugar do outro”, “ir onde o outro está”, ”ter capacidade de estabelecer a ligação entre ações, expressas em comportamentos e as emoções e sensações que acompanham essas ações”. 

O estresse decorrente da quarentena, das incertezas, do medo relacionado a adoecer ou de vivenciar perdas de pessoas próximas, do emprego, entre outros temas desencadeou muitas alterações emocionais.

Gerir pessoas sem empatia, torna os impactos no mundo do trabalho ainda mais difíceis de lidar. Se estresse, sobrecarga de trabalho, transtornos de ansiedade e depressão já estavam na pauta dos gestores de pessoas, a pandemia por Covid-19 reforçou a importância desses temas.

Como os gestores podem contribuir nesse momento:

  • gerenciar cargas de trabalho 
  • ser um bom modelo (autocuidado)
  • identificar sinais
  • realizar conversas de bem-estar 
  • incentivar atividades de bem-estar no trabalho 
  • combater maus hábitos (longas horas de trabalho e falta de descanso)
  • cuidar das reuniões virtuais e seus efeitos (por vezes, nocivos)

Gestores imbuídos de empatia podem criar um espaço para conversas individuais:

  • Como está se sentindo?
  • Que tipo de suporte você precisa? 
  • O que você precisa de mim agora? 
  • Como você está lidando com a sua forma de trabalho atual? 
  • Com quais desafios você está lidando? 

O interesse genuíno nas atuais necessidades individuais e do coletivo elevam a experiência de gestão a um patamar mais humano e coerente com as constantes mudanças de cenário. Esse estilo de gestão pode assustar, pois para alguns, pode parecer “terapia”, e esse não é o papel do gestor. 

Mas ignorar essa questão, além de aumentar os custos invisíveis e também os mensuráveis, continuará impactando os aspectos relacionados a saúde mental dos profissionais. 

A empatia no ambiente de trabalho não concorre com a geração de resultados, ao contrário, contribui de forma efetiva para mantê-los.

E nas situações em que o adoecimento já ocorreu, a empatia é fundamental para criar novas possibilidades para a pessoa em seu ambiente de trabalho. É uma ação de gestão humana, o que por si só, contribui para a saúde e bem-estar nas organizações.