A Biografia de Mozart
A música é a minha vida e a minha vida é a música.”
Mozart nasceu em 27 de janeiro de 1756 em Salzburg na Áustria, batizado como Johannes Chrysostomus Wolfgang Theophilus Mozart.
Seu Nome
Johannes Chrysostomus – tradição na Igreja Católica receber o nome do santo do dia, no caso São João Crisóstomo.
Wolfgang (alemão) ou Wolfgangus (latim) – significado: aquele que anda com lobo. O pai de Mozart – Leopold – sempre usava o nome Wolfgang – nome de seu avô materno.
Theophilus (grego) ou Gottlieb (alemão) ou Amadeus (latim) – significado: amante de Deus ou amado por Deus – a literatura sugere que era o nome de um dos avós de Mozart.
Em sua obra, em 1770 utilizou o nome Wolfgang Amadeo (na Itália) e em 1777 também utilizou Wolfgang Amadé.
A partir de 1787… Wolfgang Amadeus Mozart.
A família
Avós paternos
Johann Georg Mozart & Anna Maria Sulzer Mozart
Avós maternos
Nikolaus Wolfgang Pertl & Eva Rosina Barbara Altmann
Pai e Mãe
Johann Georg Leopold Mozart & Anna Maria Pertl Mozart
Filhos
Johann Leopold Joachim (1748-1749)
Maria Anna Cordula (n.m. 1749)
Maria Nepomucena Walpurgis (n.m. 1750)
Maria Anna Walburga Ignátia (1751-1829)
Johann Karl Amadeus (1752-1753)
Maria Crescentia Franziska de Paula (n.m. 1754)
Johannes Crisostomus Wolfgang Amadeus (1756-1791)
O cenário na época do seu nascimento
Era o início da Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763). Conflitos internacionais durante o reinado de Luis XV, entre a França e a Áustria e seus aliados: Saxônia, Rússia, Suécia e Espanha e do outro lado Inglaterra, Portugal, Prússia e Hanover. Vários fatores desencadearam a guerra: a preocupação das potências europeias e o crescente prestígio e poderio de Frederico II, o Rei da Prússia, a disputa entre a Prússia e a Áustria pela Silésia província oriental alemã que havia passado ao domínio prussiano em 1742, durante a guerra de sucessão austríaca e a disputa pela Grã-Bretanha e França pelo controle comercial e marítimo das colônias das Índias e América do Norte e de forma geral pela disputa de territórios situados na África, Ásia e América do Norte.
Era também a época do Iluminismo ou Era da Razão. Ocorre então na Europa um movimento cultural de elite de intelectuais do século XVIII, que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade. Este movimento promoveu um intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado.
Influências…
A ópera Don Giovanni de Mozart é uma expressão deste período. A história se passa em Sevilha, foi escrita por um italiano – Lorenzo da Ponte, composta por um austríaco – Mozart e estreou em Praga. É um apelo ao Cidadão do Mundo! A arte no Iluminismo não tinha pátria!
Mozart buscou destacar-se e emancipar-se como artista e dedicou todas as suas forças para ver-se livre da obediência direta às cortes oligárquicas, fossem religiosas ou seculares.
Não queria ter apego e interesse apenas pela cultura local, exigência do nacionalismo. O Espírito de Mozart era livre para tratar do que bem entendesse, independente da nacionalidade.
Sobre a sua vida…
A vida de Mozart é permeada pela música desde o seu nascimento. Seu pai era músico e ensinava a sua irmã Marianne por longas horas quando Mozart ainda era pequeno. Em toda a literatura que fala sobre a sua biografia, a composição que fez aos cinco anos de idade é sem dúvida o marco inicial do que se observou sobre a sua genialidade.
E por ter sido manifesta em tão tenra idade, foi também explorada desde muito cedo. Aos seis anos, em companhia de seu pai e sua irmã, sai em turnê pela Europa onde as duas crianças consideradas prodígios se apresentavam nas grandes cortes. Até completar treze anos de idade essas viagens eram constantes e exigiam sacrifícios, os quais eram encarados por Mozart como coisass comuns. Em várias correspondências que trocava com sua mãe ele conta como era realizar todas essas viagens em carruagens que não dispunham de aquecimento, em assentos que não eram confortáveis, comenta os detalhes dos lugares em que se hospedavam, normalmente simples e por vezes até precários e descreve com minúcias as poucas roupas que seu pai conseguia para as apresentações e de forma surpreendente não reclama de absolutamente nada. Apenas narra os fatos.
De forma quase ininterrupta esse foi um período de muitas apresentações e composições, mas também de muito desgaste físico e como consequência ele contrai febre reumática, amigdalite, febre tifóide e varíola. Apesar de tudo isso, ele mostra-se um menino sempre alegre e sociável e conquista a atenção em especial, das senhoras que compareciam às apresentações. Há relatos de que em um desses eventos ele teria dito à Maria Antonieta (Rainha da França), sentado em seu colo, que se casaria com ela algum dia, o que provocou muitos risos.
Quando a sua irmã deixa de se apresentar, por volta dos dezesseis anos, Mozart segue fazendo apresentações em companhia de seus pai e depois dos vinte aos vinte e dois anos, em companhia de sua mãe.
É a partir do terceiro setênio que se pode observar a necessidade de Mozart em ter espaço e liberdade para criar. Como era costume na época, seu pai esperava que ele assumisse a posição que tinha em Salzburg, mas para ele, submeter-se a certas regras e padrões não era aceitável. O evento mais marcante que destaca este traço em sua personalidade, talvez seja o encontro que teve com representantes da Igreja que duvidavam de sua capacidade e genialidade e decidiram submetê-lo a testes a fim de revelar “a farsa”, o que apesar de todas as tentativas não aconteceu. Ao contrário, nesta mesma época após ouvir o Miserere uma única vez, Mozart a reproduziu sem necessidade de correções, deixando a Igreja ainda mais insatisfeita com o seu comportamento, dado que o acesso e a execução eram restritos a certas pessoas deste núcleo.
Aos dezoito anos, de volta a Salzburg, Mozart apaixona-se por Aloysia Weber mas não é correspondido. Continua o processo de compor, mas sente que não está realizando tudo o que poderia e após desentender-se com o Arcebispo de Salzburg (seu empregador) segue com a mãe para Paris em busca de oportunidades.
As coisas não acontecem como ele espera. Nesta época, os artistas praticamente dependiam de ser “apadrinhados” pelos nobres e apesar de seus esforços e dos pedidos insistentes do pai para que encontrasse um meio seguro e estável para ganhar dinheiro, isso não ocorre. Atribui-se às péssimas condições em que viviam, a morte de sua mãe em Paris quando ele estava então com vinte e dois anos.
Após este evento ele retorna contrariado para Salzburg e então rompe definitivamente com o Arcebispo demonstrando necessidade de independência.
Aos vinte e quatro anos muda-se para a casa da família de Aloysia, que está em um relacionamento com outra pessoa e aos vinte e seis anos contrariando as expectativas de seu pai, casa-se com Constanze, irmã de Aloysia.
Por contrariar seu pai, ficam sem contato por um tempo, mas após o nascimento e morte de seu primeiro filho, Mozart o visita e também a sua irmã Marianne e então restabelecem o relacionamento.
Dos vinte e oito aos trinta e cinco anos a vida de Mozart é marcada pelo nascimento e morte de três de seus seis filhos, mas também pela composição de algumas de suas principais obras.
É um período em que ganha muito dinheiro, mas o mesmo é gasto muito rapidamente para manter o alto padrão de vida que estabeleceu para sua família, que nessa época também considerava a mãe e uma das irmãs de Constanze.
Alguns biógrafos relatam que Mozart decidiu cuidar da realização de seus próprios eventos e apresentações, sendo responsável pela locação dos lugares, movimentação e transporte dos instrumentos e também pelos convites. Conta-se que suas apresentações eram bastante prestigiadas e também muito diferentes umas dass outras pois ele gostava de “improvisar” e compunha peças durante as apresentações.
Ainda realiza viagens para a divulgação dos seus trabalhos e as dificuldades financeiras permanecem por muitos anos.
Aos trinta e três anos refere ter pensamentos sombrios e sente-se deprimido. Compõe uma de suas obras reconhecidas: A Flauta Mágica e recebe uma encomenda e inicia a composição de um Réquiem que é finalizada por um de seus discípulos, pois antes de concluir, Mozart falece em razão de uma nefrite crônica.
As imagens que mostram seus últimos dias de vida indicam que com as suas forças vitais se esvaindo, sobre a cama e à luz de velas, Mozart trabalhava ao lado de Franz Xavier no seu último trabalho… o Réquiem.
Mozart morre em 05 de dezembro de 1791 em Viena.